Tornar todos visíveis: O desafio proposto aos congressistas do XX Congresso Internacional de Tecnologia na Educação do Senac

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    Tornar todos visíveis: O desafio proposto aos congressistas do XX Congresso Internacional de Tecnologia na Educação do Senac

    Tornar todos visíveis: O desafio proposto aos congressistas do XX Congresso Internacional de Tecnologia na Educação do Senac

    O escritor e poeta Fabricio Carpinejar movimentou a última tarde do XX Congresso internacional de  Inovação e Tecnologia na Educação do Senac. Carpinejar realizou uma conversa marcada por reflexões profundas sobre o papel do ser humano em um mundo cada vez mais tecnológico. Intitulado por ele como um “encontro”, Carpinejar destacou a importância da presença, da voz e da emoção em tempos dominados pela inteligência artificial.

    Durante sua intervenção, Carpinejar enfatizou a necessidade dos indivíduos gerenciarem melhor o seu tempo e o seu desejo, num mundo onde as pressões e cobranças constantes podem facilmente levar à infelicidade.  Entre os temas discutidos, o palestrante focou na relação entre inovação e humanização. Reconheceu o temor de que a inteligência artificial substitui o ser humano em diversas tarefas, mas lembrou que há qualidades inexoráveis ​​na humanidade, como a intuição, o cuidado e a solidariedade, que as máquinas nunca poderão replicar. “A inteligência artificial não tem como reproduzir a gentileza”, afirmou, destacando a importância de subverter a tecnologia com humanidade.

    Num tom íntimo e envolvente, Carpinejar contou um pouco de suas histórias de vida, usando-as para ilustrar a necessidade de não tornar ninguém invisível ao nosso lado. “A vida é uma dança das cadeiras”, disse, sugerindo que o modo como tratamos as pessoas hoje pode moldar o nosso futuro. “Tudo o que fazemos para o outro é uma encomenda para nós mesmos”, refletiu.

    Outro ponto forte de sua palestra foi a crítica à pressão excessiva que a sociedade contemporânea impõe. Para ele, a falta de tempo é a raiz de muitos dos homens atuais, fazendo com que as pessoas percam de vista o que realmente importa.

    Carpinejar também abordou a questão da resiliência, discutindo a ideia de que ser “forte” é, muitas vezes, uma forma de exploração. Ele defendeu que confiar e aceitar as próprias fragilidades é o que realmente nos mantém humanos. Reforçou as relações humanas e o estar perto dos seus. “Nenhuma idealização é capaz de superar a presença. A gente quer ser tão perfeito e inesquecível que a gente deixa de viver e esquece quem está ao nosso lado. Que vocês possam realizar “visita de médico”, aquela que é rápida, mas saibam que ela cura., reforçou.

    O encontro terminou com uma reflexão sobre o legado que deixamos e o que escolhemos guardar dos outros. “Legado é o que você escolhe ter do outro”, afirmou. Emocionado, concluiu relembrando a simplicidade de gestos como o de sua mãe, que sempre tinha o botão necessário para renovar as suas roupas – um símbolo de cuidado e atenção que, segundo ele, representa o que é realmente relevante na vida.

    Alberto Melquiades, professor da rede pública do Recife, falou da importância das palavras de Capinejar para os professores. “ Essa troca de experiência, essa questão da emoção que ele traz a partir da palavra, da experiência de vida dele são coisas ricas. E nós, que somos educadores, precisamos estar sensibilizados cada vez mais para estar trabalhando e acolhendo as dores que as crianças, que a gente atua, trazem para a escola. Assim vamos ajudando a formar o sujeito do futuro”, registrou.

    A palestra de Carpinejar, mais do que uma discussão sobre tecnologia, foi uma chamada à humanização em meio ao avanço da inteligência artificial. Sua mensagem principal foi clara: não devemos perder de vista a nossa essência e nossa capacidade de conexão, pois é isso que nos diferencia e nos mantém vivos.

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