A Semana Nacional do Meio Ambiente foi criada no intuito de conscientizar a sociedade para a importância da preservação do meio ambiente, que sofre com os impactos das nossas ações. No quesito alimentação, vale atentar para a desigualdade causada com o desperdício de comida e a forma como utilizamos e descartamos os resíduos orgânicos. Três colaboradores do Senac dão exemplos de ações que realizam nos seus cotidianos para serem mais sustentáveis e deixarem o mundo melhor.
Um relatório da Embrapa com apoio da Fundação Getúlio Vargas apontou que cada brasileiro joga no lixo cerca de 40 quilos de comida por ano. A cultura da fartura e o estimulo ao consumismo como símbolo de status, além do preconceito com o “resto de ontem”, impulsionam o desperdício. Entretanto, pequenas atitudes do nosso dia a dia contribuem para um mundo mais justo, com menos desigualdades e danos aos recursos naturais.
A analista de Tecnologia da Informação do Senac, Camilla Moreira, encontrou um caminho para minimizar o impacto no meio ambiente com a geração de lixo. Ela aderiu ao projeto do Recife Minhocas (https://www.instagram.com/recifeminhocas1/), há pouco mais de um ano. “Foi uma forma de dar um destino correto ao resíduo orgânico de cascas de frutas e verduras, cascas de ovos, filtro e pó de café, entre outros. A coleta é semanal e o resíduo é destinado à compostagem e criação de minhocas. Ainda ganhamos um saquinho de adubo produzido com nossos resíduos. Até meu filho já sabe fazer o descarte do que vai paro o lixo comum e do que vai pro balde”, conta.
E se há comida em excesso para uns, falta para outros, que passam fome. E foi pensando nisso que o técnico administrativo Jairo Cabral, ao ver moradores de rua e tanta gente passando fome, decidiu convidar amigos para começar uma corrente do bem. Foi assim que nasceu, em 2014, a Rede do Bem. “Dei um novo sentido à minha vida e, hoje, ajudamos pessoas em situação de vulnerabilidade e fazemos mutirão em asilos e orfanatos com doação de roupas, calçados, itens de higiene, entre outros”, diz Jairo. O carro-chefe do projeto é a distribuição de sopão, com insumos doados por feirantes e empresas, além de contar com apoio de pessoas que colaboram no preparo, porcionamento e entrega das quentinhas.
Reaproveitamento integral – E o que fazer para ser sustentável em casa e diminuir o desperdício de alimentos? Bom, o chef e instrutor da Unidade de Hotelaria e Turismo do Senac Recife Ricardo Henrique destaca a necessidade de fazer o aproveitamento integral dos insumos. E reforça que é hábito da população brasileira utilizar apenas as partes convencionais dos alimentos. “Ao longo desse tempo na profissão de cozinheiro, e como instrutor de formação profissional na escola Senac, além de amar o alimento, valorizo cada miligrama das fontes de nutrientes, sejam de origem animal ou vegetal”.
Nas bases de cozinha para cocção ou para decorações de alimentos, ele costuma fazer o aproveitamento das folhas, raízes, talos de ervas aromáticas, sementes e cascas de frutos, legumes, tubérculos, peles, espinhas, aparas e entranhas dos animais. “É possível combater o desperdício de alimento no ato da compra, selecionando e verificando a integridade dos alimentos, e na maneira de conservação: local, temperatura adequada e prazo de validade, dentre outros detalhes”. No seu dia a dia, inclusive na cozinha do Restaurante-Escola, ele faz uso integral dos alimentos e deu uma receita que pode ser feita em casa, usando os princípios da sustentabilidade. Anote aí!
Receita de Sopa Creme de Abóbora com Manga e Gengibre.
Ingredientes:
400 g manga tommy em cubos
40 g de aipo laminado
200 g de cebola branca em cubos médios
800 g de jerimum de leite com casca em cubos (reservar as sementes)
5 g de gengibre ralado
Quanto baste de sal e pimenta do reino
1 folha de louro
500 ml água mineral para cozimento
10 g de alho
20 g de manteiga de garrafa
Quanto baste de coentro e cebolinha
Modo de preparo:
Lavar e higienizar bem os alimentos. Descascar a manga, cortar a polpa em cubos e reservar. Faça um caldo aromático com o caroço, a casca da manga, o aipo, folha de louro, metade da cebola com a casca e água. Levar ao fogo numa caçarola, por aproximadamente 30 minutos.
Numa caçarola refogar na manteiga de garrafa, alho, cebola, sal, pimenta do reino, gengibre, jerimum, a polpa da manga, por aproximadamente 5 minutos. Adicionar o caldo do aromático e cozinhar por mais 15 minutos.
Numa frigideira ou num tabuleiro, torrar as sementes do jerimum, temperar com sal e pimenta. Esfriar, triturar e reservar.
Processar os ingredientes no liquidificador ou multiprocessador, retornar ao fogo e corrigir o sal, caso seja necessário.
Servir quente, num prato de fundo, polvilhando a farofa das sementes, o coentro e cebolinha.