O gastrônomo e dicionarista Antônio Houaiss catalogou a nossa farofa em três gavetas: secas, de gordura e molhada. E é a partir dessa última técnica que o chef João Eugênio, do Senac, representará Pernambuco no 1º Festival da Farofa – Farofa com História, do Observatório do Patrimônio Gastronômico do Nordeste e Espírito Santo (Opanes), realizado nos dias 23 e 24 de setembro, das 10h às 12h, no canal YouTube do observatório (bit.ly/canal-opanes).
Dentro da programação, nesta sexta-feira (24), João Eugênio prepara a tradicional farofa de bolão, na qual a farinha já com sal é misturada com golpes de água quente e temperada com cebola, coentro, tomate e pimentão. “É um preparo simples, acessível, que remete à infância e representa bem a nossa cultura. Acompanha muito bem preparos com molho”, anota o chef, citando a galinha à cabidela, que usará para compor o prato em sua apresentação, transmitida pelo canal do Youtube do observatório, a partir das 10h.
Farofa – A farofa é um dos alimentos mais requisitados e festejados em toda mesa brasileira. Podem vir as carnes, o feijão, o arroz, mas sem a farofa uma boa refeição não está completa. E ela vem cheia de charme, com personalidade e tempero de cada cultura. Será um delicioso passeio pelas diferentes farofas de cada região.
De Alagoas vem a farofa com colorau, da Bahia a farofa com maturi e dendê, do Ceará a farofa de caju. Espírito Santo vai trazer a farofa capixaba, do Maranhão vem a farofa com lâminas de coco e da Paraíba a farofa d’água. Piauí traz a paçoca com carne de sol, Rio Grande do Norte vem com a farofa yumuru war e Sergipe mostra sua farofa de cuscuz com carne de sol. Um verdadeiro tour de dar água na boca, cheio de sabor, cor e perfume. Programa imperdível, bom de ver, aprender e depois degustar.
OPANES – O Observatório do Patrimônio Gastronômico do Nordeste e Espírito Santo (observatoriogastronomico.senac.br), sob a coordenação e execução do Senac, propõe ações de pesquisa e de documentação sobre as cadeias produtivas, os sistemas alimentares e demais temas referentes a comida, ingredientes e cozinhas locais, nos cenários da biodiversidade, da história e dos patrimônios culturais. Ainda, reúne acervos que possam orientar projetos, interpretações e experiências pedagógicas no campo da comida e da cultura.
Um comportamento social e valorativo da diversidade de processos e técnicas culinárias, dos locais e ambientes públicos, como feiras, mercados, festivais e festas, do agroartesanal e das tendências gastronômicas. Oferece um olhar para a sustentabilidade, a soberania alimentar, a segurança nutricional e demais temas que integram o amplo e diverso contexto da relação homem e meio-ambiente.