Seminário no Recife discute mercado do café

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    Seminário no Recife discute mercado do café

    O cultivo do café, tipos de frutos, receitas e misturas inusitadas com o ingrediente estiveram em debate no evento “Café: vivências além da xícara”, realizado nos dias 13 e 14 de setembro, no complexo do Senac, no Recife. No primeiro dia, foi realizado um debate com o cafeicultor paulista Mariano Martins, dono da Fazenda Santa Margarida; a editora da Revista Espresso, Mariana Proença; e o barista Juca Esmanhoto, que falou sobre o seu projeto Rause Café na Estrada, que viaja pelas cidades produtoras servindo espresso gratuitamente para a população local. No segundo dia do seminário, os participantes puderam optar entre três oficinas: Conhecendo os Aromas do Café, Harmonizando Cafés e Comidinhas e Café e Cerveja, uma parceria de sucesso.

    Oficina de harmonização de pratos com café

    Em Conhecendo os Aromas do Café, o cafeicultor e mestre de torra do Martins Café (São Paulo), Mariano Martins, falou sobre as propriedades dos cafés e suas características sensoriais: tipos de fermentação, de torra, de doçura (açúcar) e de acidez. Além da abordagem teórica, os 33 participantes também fizeram degustações e de um desafio proposto por Martins foi que todos receberem dois copos, um com uma mistura de água e vinagre e o outro com água e açúcar. Primeiro, eles precisaram beber os dois líquidos para julgar a sensação que cada um provocou e, em seguida, tiveram que misturar os dois até chegar numa sensação que unisse doçura e acidez, mas fosse agradável. Diego Barros, é dono de uma cafeteria do Recife e aprovou a dinâmica da oficina: “eu gostei principalmente da questão da análise sensorial e da degustação dos cafés”, disse.

    Já em Harmonizando Cafés e Comidinhas, os 17 inscritos aprenderam a utilizar o café como insumo dentro de receitas. Três integrantes do grupo Mesa Coletiva ministraram a oficina: Thiago das Chagas, dono do restaurante Reteteu; Yuri Machado, que já foi cozinheiro em vários países e no Circo de Soleil; e Danilo Coelho, que além de cozinheiro é barista. O cardápio preparado pelos chefs foi composto por entrada, prato principal e sobremesa. Dadinho de tapioca com molho tarê (feito com café) abriu o menu e foi seguido por um xerém acompanhado por costelinha de porco, legumes salteados e red eye gavy (molho feito com café e presunto de parma). Para fechar, foi servida uma releitura do tiraminsù, preparado com café e graviola.

    Café e cerveja: público confere mistura inusitada

    Ao final da oficina, os participantes fizeram a degustação dos pratos. Luciana Carvalho tem um instablog de receitas e decidiu participar da oficina para aprender a usar o café em seus preparos. “Eles usaram o café em todos os preparos e eu amei a proposta. A degustação também foi muito importante para a gente ter uma ideia do sabor das combinações”, comentou Luciana. Já Isabel Peres, é ex-aluna do curso de Cozinheiro do Senac e aprovou a forma como o café foi apresentado. “Depois que concluí o curso aqui, comecei a trabalhar em um café. A oficina agregou muito, por causa dessa questão do café e da valorização da nossa cultura, porque o Brasil é rico pra caramba na gastronomia”, disse.

    Para Renata Machado, coordenadora da Unidade de Hotelaria e Turismo (UHT) do Senac, umas das pessoas que estiveram à frente da organização do evento, o seminário foi excelente. “Conseguimos promover um debate importante sobre o segmento, que cada vez mais vem se destacando e que só cresce no nosso estado. Foi muito enriquecedor vivenciar o mundo do café aqui em nossa unidade: cafeicultores, produtores, empresários de café e também de cervejas artesanais conversando entre si e trocando experiências. Os nosso instrutores tiveram uma experiência única e aprenderam bastante participando desse evento e auxiliando os ministrantes nas oficinas”, avaliou.

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