Em conversa descontraída, Aguinelo Fenelon, procurador do Ministério Público, contou histórias e abordou temas como bullying e corrupção
Identificação. Essa é a palavra que representa o momento de conversa do procurador de justiça do Ministério Público de Pernambuco, Aguinaldo Fenelon, com os alunos do Mediotec, nesta sexta-feira (07). Compartilhando sua história até a chegada à carreira jurídica, Aguinaldo motivou os estudantes a continuar focados em seus objetivos e levantou situações pelas quais muitos deles poderiam já ter passado.
A iniciativa faz parte do projeto “Abraçando a escola”, promovido pelo MPPE.
Egresso de escola pública, o procurador falou sobre resiliência: “A gente não pode ter medo de perder. Só perde quem tenta vencer. A gente tem que usar a perda como estímulo para seguir tentando”.
Aguinaldo Fenelon contou que veio de uma escola humilde, que na época não tinha merenda, nem fardamento. Disse que era gago, tímido e chegou a sofrer bullying. Foi dos estudos que veio sua oportunidade e da recusa em se deixar abater. “Por muito tempo eu tentei, tentei, e não passava em nada, nenhum concurso. Cheguei a questionar minha inteligência, mas aí coloquei um foco na minha vida. O fraco e o forte estão na sua cabeça. Tudo depende de você”, afirmou.
O procurador também falou sobre corrupção, trazendo exemplos “corriqueiros” da vida dos jovens em que ela pode vir a acontecer, como pedir dinheiro aos pais para uma finalidade e destinar para outra, fingir estar doente para faltar aula e falsificar assinaturas na agenda escolar, entre outras.
“Na função de promotor na época e hoje procurador, eu sempre entendi que a violência se combate com conscientização. Eu me sinto muito infeliz quando na função de procurador criminal tenho que prender mais um, e o Ministério Público é um trabalho de cidadania. Pensando nisso, nós preparamos esse projeto, do qual sou autor. A gente visita as escolas, a custo zero, e conversamos com os alunos, mostrando a importância de ele ser honesto, de ser melhor, de acreditar na escola. Trazemos as autoridades para que eles tenham esse contato pessoalmente, já que muitas vezes o aluno termina o curso sem nunca ter falado com um promotor pessoalmente, um delegado, um juiz, e muitas vezes a polícia só entra na escola para prender alguém. Por que não entra para conversar com os alunos, demonstrar sua parceria? Por isso o projeto chama todas as instituições, todas as autoridades de Pernambuco para visitar a escola, abraçar e conversar com os alunos, a fim de fortalecer a cidadania”, destacou Fenelon.
No final da conversa o aluno Mateus Beltrão, do segundo ano de informática, foi até o procurador. “Sou autista e tenho TDAH. Eu me vi em vários casos que você mencionou. Eu espero também ter sucesso e poder um dia contar minhas próprias histórias”, relatou.