A primeira etapa do II Circuito de Tecnologias Senac aconteceu neste fim de semana (11 e 12/11), com a Game Jam Senac, e reuniu estudantes e profissionais de áreas diversas como design, games, música e programação. Trata-se de uma maratona onde os inscritos, 50 ao todo, se juntaram em equipes para desenvolver um jogo e apresentar ao final do evento. As sete equipes ficaram imersas por 36 horas no Senac, onde cada participante teve uma função a executar para que o jogo se concretizasse.
Segundo um dos organizadores do evento, o analista de Educação Profissional do Senac Thiago Cabral, a game jam não estimula competição e, sim, a colaboração. “Juntos eles dividem conhecimento, soluções e situações. E todo esse trabalho vem consolidar a presença do Senac dentro deste universo dos jogos. A gente quer que esta turma jovem reconheça o Senac como uma instituição que também está inserida nesse cenário, uma vez que aqui também oferecemos cursos nas áreas de design, tecnologia e jogos”.
Um dos curadores do evento, o designer gráfico Danilo Freire aponta que o interessante desta ação é que são equipes com funções multidisciplinares, competências diversas e pouca ou nenhuma experiência. Cada um tem um papel e todos são importantes no processo. “Deixamos os participantes bem livres para se juntar e criar, mas mantendo pelos menos dois profissionais de cada área, em cada grupo. Eles interagem entre si, e se ajudam dentro e fora das equipes. Um aprende com a experiência do outro e sempre há coisas novas a compartilhar. É uma oportunidade de colocar a mão na massa e sair com um jogo para colocar em seu portfólio, se lançar no mercado ou desenvolver um projeto e empreender. Também é uma forma de experimentar e se aperfeiçoar como profissional e descobrir novas técnicas. É ótimo para fazer networking e amigos”. Danilo ressalta que foi em uma game jam que conheceu um de seus sócios em um projeto atual e elogiou a ação do Senac.
Com a temática “Evolução”, as equipes criaram sete jogos, que brincaram com a evolução de personagens, seja em busca de salvação de suas almas ou de evolução física das espécies, incluindo o folclore local, como o Papa Figo, ou diabinhos e almas penadas. O destaque desta edição foi, principalmente, para as trilhas sonoras dos jogos, que deram o clímax certo para as etapas dos jogos. “Neste ano tivemos a participação de vários músicos. Essa é uma área que precisa se aproximar mais dos games. Vi aqui uma das melhores trilhas criadas para jogos de todas as game jams que participei”, comenta o curador Danilo Freire.
Quem participou pela primeira vez desta experiência foi Jéssica Bastos, estudante de arquitetura. “A participação neste evento se deu por indicação do meu professor, por conta do projeto de conclusão, onde estou estudando a arquitetura virtual nos jogos digitais. Meu interesse é saber como os profissionais enxergam esses espaços. Eu nunca tinha participado de uma game jam, e a expectativa era chegar aqui e trabalhar mais com as ideias. Mas na hora da prática o pessoal me ajudou a usar ferramentas que eu não conhecia. Usei, fui criando e as ideias foram surgindo. Foi uma vivência muito interessante”.
Ao contrário de Jéssica, o designer gráfico Caio Lima já perdeu as contas de quantos eventos deste tipo já participou. “No começo eu tinha receio, e levei um tempo para tomar coragem de participar, pois achava que era um ambiente muito profissional, e que pessoas inexperientes não teriam vez. Depois vi que há espaço para o aprendizado em todos os níveis profissionais, seja para quem está começando ou já está no mercado”. Caio comenta ainda que é desafiador trabalhar com pessoas que não conhece, diferentes de você, e criar sob pressão com prazo para entregar o produto. “Achei uma excelente iniciativa do Senac em disponibilizar este espaço para a gente que trabalha com jogos. Esse tipo de evento traz oportunidades, pois aprende-se muito nesse processo. Participar de uma game jam quebra o gelo e direciona você aos próximos passos, para uma área de interesse”.