Construir uma pedagogia à medida de cada um, uma escola com alunos ativos, em que se trabalha pela construção do ensino. O ex-reitor de Universidade de Lisboa trouxe uma rica explanação sobre a escola tradicional – em que os alunos eram servidos de um ensino pronto – versus a escola do futuro. Para ele, o educador deve incentivar o aluno a resolver problemas, despertar a curiosidade e a pesquisa. “Não há aprendizagem fora de uma lógica dialógica. Educar é entrar em um encontro, é um diálogo com alguém e a função da escola é promover o convívio com o outro e com as regras da vida em sociedade”, explicou.
Sobre a mudança por que passam as instituições, Nóvoa falou de transformações no aluno, no professor, na pedagogia e no conhecimento, com base em quatro “Cs”. Na esfera do estudante, ele passa a ser visto não como um aluno “médio”, igual aos outros, mas com singularidade, que traça caminhos próprios. Já o professor deixa a pedagogia frontal para uma pedagogia do trabalho, de cooperação. A pedagogia de uma atitude imóvel dos alunos para uma diversidade de formas de estudo e trabalho, baseada em comunicação. Por fim, o conhecimento evolui de uma lógica transmissiva e de um currículo normativo para uma aprendizagem calcada na pesquisa e na criação.
Para concluir, Nóvoa colocou que a escola do futuro deve ter quatro revoluções: pedagógica, da aprendizagem, do trabalho docente e digital e afirmou que nossa geração assistirá a essa mudança profunda. “Hoje temos as condições que não tivemos no século XX para chegar a essa transformação”, arrematou.