Palestra aborda feminicídio, assédio sexual e moral no trabalho

    PróximoAnterior
    Violência contra mulher, feminicídio e assédio moral e sexual no ambiente de trabalho foram tema de palestra

    Palestra aborda feminicídio, assédio sexual e moral no trabalho

    “Assédio no ambiente de trabalho” e “O silêncio mata: da agressão ao feminicídio”, foram os temas abordados pelas especialistas e advogadas Raquel Gervazoni e Vanessa Castelo, respectivamente, em evento realizado na Faculdade Senac, ontem (21/05), com presença de estudantes dos curso de Administração, Gestão de Recursos Humanos e de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Elas falaram sobre violência contra mulher, feminicídio e assédio moral e sexual no ambiente de trabalho.

    Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela Universidade Cândido Mendes (Ucam/RJ), conciliadora pela Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), membro da OAB Mulher (RJ) e da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim), Raquel Gervazoni explica que as mulheres sofrem assédio moral ou sexual dentro de grandes empresas e acabam cedendo. “Muitas vezes o chefe diminui, afronta e subjuga funcionárias. Elas não denunciam por medo de perderem o emprego. É importante levar o assunto para conhecimento e conscientização das pessoas em geral, assim como profissionais e empresas, a fim de inibir este tipo de comportamento. O setor administrativo e o RH podem criar canais de prevenção e proteção, realizar palestras e workshops no intuito de diminuir o número de casos”.

    Vanessa Castelo falou sobre violência contra a mulher

    Vanessa Castelo falou sobre violência contra a mulher

    Vanessa Castelo, advogada Criminalista, pós-graduada em Direito Penal e Processo Penal, membro da OAB (RJ) e da Anacrim (RJ), apontou a desigualdade histórica e cultural que naturalizou a violência contra a mulher, citando casos como de Maria da Penha, que impulsionaram a criação de uma lei protetiva. “Vale destacar que, segundo a Lei Maria da Penha, violência contra a mulher é toda ação ou omissão que causa morte, lesão ou sofrimento físico, psicológico, sexual e patrimonial de uma mulher, num ambiente doméstico (local de residência permanente ou esporádica) ou familiar (convívio parental ou de afinidade). Há três tipos de violência contra a mulher: física, psicológica e moral. Geralmente, as pessoas acham engraçado e fofo ter homens ciumentos. Com o passar do tempo, não acabam, esperando mudanças por parte do companheiro. Não muda. É onde tudo começa, fiquem atentas”.

    Vanessa deu ainda dicas de como evitar e se proteger de situações abusivas, bem como ter um plano B para fugir e se resguardar. Segundo Vanessa, casos de agressão à mulher podem ainda interferir nos gastos públicos ou privados das empresas, pois elas precisam se ausentar do trabalho, serem hospitalizadas em decorrência de agressão física. Segundo ela, as agressões psicológicas reduzem a autoestima, a capacidade de concentração, e produção no trabalho, podendo causar doenças psicossomáticas como depressão, síndrome do pânico. Estes fatores podem gerar mais gastos públicos ou privados. Depois de detectar que a mulher está passando por uma situação de agressão ou violência, ter a sensibilidade de ouvir atentamente a vítima e promover ou facilitar a mudança de rota ou transferência de unidade desta funcionária, de forma que dificulte que o agressor possa encontrá-la em seu local de trabalho”, ressalta Vanessa.

    Isadora da Costa_aluna de RH

    Isadora Costa destaca que existem leis que amparam a mulher, mas precisam ser melhoradas.

    O aluno do curso de Administração, Tales Fernandes, achou a abordagem muito interessante. “É valida a divulgação e massificação desse tipo de informação, pois a maioria dos homens, em sua maioria de gerações anteriores, alimentam a ideia de que a mulher é sua propriedade, e não é. Tem que haver uma educação para que meninos e meninas desde cedo, para que ambos saibam valorizar um ao outro e saber respeitar. Ainda há um universo grande pra ser explorado”, destaca. Isadora da Costa, estudante de Gestão de RH, também gostou muito da palestra. “Foi importante, principalmente, pela conscientização. Pois, de fato, existem leis que amparam a mulher, mas precisam ser melhoradas. Com relação ás empresas, é necessário que o setor de RH e Administrativo estejam sensíveis a estes casos, promovendo melhores estratégias, trazendo mais consciência dentro da organização e dando suporte para suas funcionárias quando necessário”.

    PróximoAnterior

    Accessibility Toolbar