Comercial e autoral. O mercado de fotografia pode ser dividido em dois grandes grupos e dentro deles, há diversos nichos e várias possibilidades de trabalho. Para mostrar esta versatilidade, discutir o cenário e trocar experiências entre profissionais, estudantes e interessados no tema, o Senac, por meio da Unidade de Educação Profissional do Recife (UEP), promoveu, no dia 12 de dezembro, a palestra “Mercado de Fotografia”. No encontro, realizado no auditório da sede da instituição, os fotógrafos convidados Igo Bione e Mateus Sá falaram sobre o segmento, o perfil dos profissionais e esclareceram as dúvidas dos participantes.
Com vasta experiência em trabalhos autorais, o primeiro a se apresentar foi Mateus Sá, que falou sobre projetos sociais, patrocínio via editais públicos e como a fotografia pode ser instrumento de transformação. “Cada mercado tem o seu movimento, a área autoral é uma que vem crescendo muito e a gente acredita na fotografia como uma potente ferramenta de educação”, disse, referindo-se a como esse perfil e o universo artístico podem ser aplicados em ações voltadas para a sociedade. Durante sua apresentação, ele, que também é professor universitário, ainda mostrou trabalhos realizados ao longo da sua carreira, entre eles, o projeto Retorno, que retrata o cotidiano de pessoas que vivem no litoral de praias como Fernando de Noronha e Olinda. As imagens vão fazer parte de uma exposição que será lançada em março de 2017, nos dois locais.
Depois, foi a vez de Igo Bione abordar a fotografia no jornalismo e na publicidade, mostrando imagens, vídeos e os bastidores do seu trabalho. Com foco na área comercial, Bione já passou por grandes jornais de Pernambuco, atuando em editorias de cultura e cotidiano. Hoje, tem uma empresa e seu perfil é múltiplo: vai da gastronomia, ao documental até o registro fotográfico de esportes. É, inclusive, o fotógrafo oficial de Etiene Medeiros, nadadora pernambucana bicampeã mundial de natação. Além disso, o profissional ministra cursos e workshops, e aproveitou o momento para dar dicas para quem deseja ou já trabalha na área. “É estudar, se dedicar, ver muitos livros de fotos, ir ao teatro. Vivenciar a fotografia é bom para quem está produzindo, para manter sempre vivo”, orientou.
Encerrando a programação, os palestrantes interagiram com o público e responderam às perguntas. Para Ana Paula Acioli, que já fez curso de Fotógrafo no Senac, conhecer as experiências dos profissionais foi muito importante para ver como existem diferentes segmentos de atuação. “Gostei da versatilidade de Bione, da inquietação dele”, comentou.
A palestra também serviu para Ana Lúcia Martins ter mais contato com este universo. “Apesar de me sentir um pouco perdida quando eles falavam de termos técnicos, pude saber como é o trabalho e ter mais vontade de estudar aqui (no Senac)”, afirmou.
Para o instrutor do curso de Fotógrafo do Senac, Élvio Luiz, o encontro não poderia ter sido melhor e a proposta é fazer outros em 2017. “Trazer pessoas com mais expertise e de fora da instituição para fazer essa troca com os alunos. Apresentar o mercado para os estudantes, saber como os profissionais desenvolvem suas ideias e realizam seus projetos para preparar o aluno para se inserir no mercado e abrir a cabeça”, avaliou.
A coordenadora pedagógica da UEP Recife, Jacira Cardoso, foi uma das organizadoras do evento e também comentou sobre as apresentações: “Trata-se de um mercado que segue firme mesmo com as dificuldades. A procura pelo curso de fotógrafo aqui é muito alta. Então, tivemos essa ideia para aprimorar o conhecimento dos alunos, ex-alunos e público em geral que esteja interessado em aprender”.