Luciano Meira propõe transformação na educação com ecossistemas de aprendizagem

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    Luciano Meira propõe transformação na educação com ecossistemas de aprendizagem

    Luciano Meira propõe transformação na educação com ecossistemas de aprendizagem

    Moldando Futuros Sustentáveis e Regenerativos. Foi com esse tema que o renomado educador Luciano Meira trouxe nesta quinta-feira (19) uma reflexão sobre o papel da aula no processo de aprendizagem, propondo uma abordagem mais dialógica e imersiva. A necessidade de repensar os atuais sistemas de ensino, substituindo o formato tradicional pela criação de ecossistemas de aprendizagem, que envolvem o aluno em uma experiência prática e colaborativa, foi destacada por ele. A palestra integrou a programação do segundo dia do XX Congresso Internacional de Tecnologia na Educação. 

    Inspirando-se no trabalho de Mitchel Resnick, um dos expoentes da cultura maker, Meira enfatizou que a aprendizagem deve ser encarada como uma experiência exploratória e coletiva, comparando o processo à agricultura regenerativa: “É uma imersão do sujeito com o solo, com o ambiente. Você cria um ecossistema de aprendizagem e não uma aula. Parem de dar aula. Criem ecossistemas de aprendizagem na escola, cujo fundamento é o diálogo”, afirmou ele.

    Segundo Meira, a educação infantil já aplica muitos desses conceitos, mas eles deveriam se expandir para todos os níveis de ensino, do fundamental ao superior. “Na educação infantil, as crianças estão mergulhadas nessas práticas imaginativas de criação, de colocar a mão nas coisas, de explorar e de serem convidadas a um mergulho diferencial curioso nas lagartas”.

    “Eu tenho um filho de 2 anos e meio. E ele não para de pensar que tocou uma lagarta. Ele vem o tempo inteiro com essa coisa: “Papai, a lagarta!”. É uma prática exploratória, compartilhada, que vai para as paredes da escola. Por que a gente não faz isso no ensino superior? Na educação técnica? No ensino médio? Na educação fundamental? Por que para ali? Não há justificativa plausível para a gente não construir ecossistemas de aprendizagem na escola”, frisou Meira.

    Ele também apontou que práticas como a cultura maker não deveriam se restringir a um laboratório, mas sim ser integradas de maneira mais ampla nas atividades diárias. “Por que esse diálogo da cultura maker, com a feitura, o desenvolvimento de coisas, não está em todas as aulas? Aliás, cultura maker não é laboratório maker. A cultura maker é a ideia de produzir, de dar materialidade a aspectos imaginativos, a coisas que ganham fisicalidade no mundo, com a qual você pode explorar protótipos e compartilhar”, concluiu.

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