Vitória Marinho Damaceno, professora de práticas educativas do Instituto Antônio Pessoa de Queiroz (mais conhecido como Instituto de Cegos) ministrou a palestra Acessibilidade e Universalização do Conhecimento, no dia 24 de abril, para alunos dos cursos de Aprendizagem Profissional Comercial em Serviços Administrativos, em Vendas e de Supermercado, das unidades do Recife, Brasilar e do Instituto Shopping Recife. Na apresentação, a professora falou sobre seu cotidiano, como trabalha no instituto, suas atividades domésticas e como enfrenta a falta de acessibilidade nas ruas.
A palestra foi bastante proveitosa para o jovem aprendiz Paulo Rodolfo, de 19 anos, aluno do curso de vendas. “É uma oportunidade de ver de forma detalhada o que eles passam e uma maneira da gente se conscientizar e pensar em como ajudar as pessoas”, comentou. Ele, que também faz o curso superior de Educação Física, está desenvolvendo um projeto direcionado para esportistas com deficiência visual que praticam atletismo. Trata-se de óculos com sensor que oriente o corredor sobre o percurso da corrida, sinalize obstáculos e quando o atleta estiver fora da raia ou tenha chegado ao final da prova. Dentro do curso no Senac, Rodolfo pretende ampliar esse suporte e assistência, agora, com foco na venda.
Blenda Fernanda, de 18 anos, também achou importante a apresentação. “É bastante necessário porque muitas pessoas não têm noção do que os deficientes passam”, disse a aluno do curso de Supermercado.
A independência de Vitória, que desde criança ajudava a mãe nos afazeres domésticos, criou três filhos e vai sozinha para diversos lugares, como cinema, chamou a atenção de Ellaine Aevilly, do curso de Serviços Administrativos: “fiquei surpresa porque ela faz muita coisa sozinha. Achei que eles (deficientes) eram mais dependentes”.
O objetivo da apresentação, segundo a coordenadora pedagógica Margarete Soares, foi mostrar para os jovens como as questões relacionadas à acessibilidade são importantes, tanto para a cidadania, quanto para o atendimento ao cliente. “Eles (alunos) conhecem histórias de vida, percebem que os deficientes só têm algumas limitações e que devem ser tratados como qualquer cliente”, disse.