O economista, superintendente do Sebrae-PE e ex-presidente do Porto Digital, parque tecnológico especializado em desenvolvimento de software e economia criativa, foi um dos palestrantes do primeiro dia do XVII Congresso Internacional de Tecnologia na Educação (XVII CITE). Transformação Digital e Uso de Tecnologia na Educação foi o tema da apresentação dele.
Saboya começou a apresentação parabenizando o Senac pelo evento e fez menção ao ex-presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, Josias Albuquerque, falecido em 2019, que foi o criador do congresso. “É um acerto do Sistema, quando há quase 20 anos o professor Josias resolveu endereçar a Tecnologia à Educação, a questão do impacto das tecnologias na educação. Na verdade, as tecnologias não impactam somente na educação, elas impactam no mundo”.
Francisco Saboya falou sobre o bombardeio de informações da atualidade, a desumanização da sociedade e fez uma contextualização com o surgimento da internet. “Há pelo menos 25 anos, desde o advento da internet, que a gente se defronta com um mundo onde não só as inovações ocorrem numa frequência cada vez maior como numa intensidade também cada vez maior. Saindo do mundo analógico para a sociedade digital. Esse mundo tem seus códigos e seus valores. O primeiro deles e mais importante é reconhecer o papel e o poder do conhecimento”.
CONHECIMENTO COMO PRODUTO – Para Saboya, a sociedade da informação faz do conhecimento um produto e um insumo com valor de mercado. Nesse contexto, a centralidade da sociedade está voltando a ser o ser humano. “A gente meio que desumanizou a humanidade. As pessoas foram sendo desumanizadas, na medida em que elas foram desempenhando papeis repetitivos e mecânicos durante a industrialização”, disse.
DESAFIOS – O grande desafio no séc. XXI, segundo Saboya, é botar de pé um dos pilares de Paulo Freire: exercer a capacidade de escutar, estimular a visão crítica para poder enfrentar as mudanças na velocidade que elas vão acontecendo. “Quando falamos que a sociedade é uma sociedade do conhecimento, estamos dizendo que esta sociedade, acima de tudo, preza pela criatividade e inovação. A inovação é filha do conhecimento. Quando pessoas criativas usinam conhecimento, elas criam inovação. São pessoas que criam e somente pessoas criam. As tecnologias ajudam porque elas nos levam a novos horizontes e nos colocam em contato com novos núcleos, as pessoas vão tomando mais consciência dos seus desafios. Devemos usar a tecnologia para ampliar o nosso horizonte do conhecimento.