Sete olhares, sete visões de mundo e um só objetivo: mostrar que, mesmo diferentes, somos iguais. Para reforçar essa ideia, os alunos da turma 106 do curso de Fotógrafo do Senac, no Recife, realizaram a exposição Somos Todos Iguais, no dia 24 de setembro, no hall da Lanchonete-Escola. Dezessete fotografias ficaram à mostra. Cada aluno chamou convidados para participar do ensaio, com seu jeito, seu corpo, sua profissão. Tudo para mostrar a pluralidade das pessoas. Empresários, atleta, motoqueiro, atendente de uma famosa rede de fast food, músico, dona de casa, sambista e pipoqueiro são algumas das profissões dos participantes de diversos perfis: criança, adultos, mulheres, homens, idosos, pessoa com síndrome de down, etc.
Os modelos aprovaram o resultado final. Bruno Barradas, que gosta de rock e tem síndrome de down, foi um deles. Apesar da timidez, gostou muito de se ver: “quero ser modelo”. Maria Letícia Soares Silva foi a mais jovem. “Vou querer tirar muitas fotos”, disse ao conferir a exposição.
A publicitária Ingrid Albuquerque, a aposentada Mônica Peregrino, a arquiteta Maria Eduarda Coutinho, a profissional de Marketing, Andreza Ferreira, a secretária executiva Aldilene Costa, a advogada Aline Figueirêdo e o fotógrafo amador João Victor Moraes são os alunos responsáveis pelos clicks. Em comum, uma paixão de infância e a certeza de que o curso só vem a agregar.
A aluna Andreza Ferreira era acostumada a ser a fotógrafa das festas de família, mas exercia outra profissão. Depois da maternidade, decidiu não retornar ao mercado e viu uma oportunidade de mudar de segmento com a fotografia. Com o curso, conseguiu aprender todas as técnicas e ter “outra visão, olhar o mundo de outra forma. A paixão só aumentou e já estou sentindo falta das aulas”, confessou, dizendo que quer se especializar em ensaios newborn, de crianças e famílias. O que já deu início.
A fotografia também faz parte da história de vida de Mônica Peregrino que, desde pequena, gosta de retratar o mundo e colecionar equipamentos, tendo verdadeiras relíquias no acervo. Agora, o que era hobby vai ter um gosto especial. “Passei a ter um olhar diferenciado em tudo. A gente passa a perceber o que antes não percebia. Antigamente, cortava o pé, deixava o cenário poluído”, disse. Quanto ao curso, ela é só elogios: “é maravilhoso”.
Segundo o instrutor do curso Élvio Luiz, a temática foi escolhida pelos alunos durante as aulas e é resultado das discussões abordadas em relação ao que as pessoas podem deixar de legado para o próximo, pensar na afetividade e na empatia. “A proposta é tentar transformar numa narrativa de imagens o processo de como a gente enxerga o outro e o que é importante, que o que a gente deixa aqui é só o amor ao próximo”, disse. Para passar o conceito de igualdade, os alunos criaram uma identidade única para todas as imagens, usando uma linguagem de retratos que não é usual, como o retrato dirigido, para que as fotos conversassem entre si.