Equilíbrio entre inovação e humanidade são abordados por Luiz Felippe Pondé

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    Equilíbrio entre inovação e humanidade são abordados por Luiz Felippe Pondé

    Equilíbrio entre inovação e humanidade são abordados por Luiz Felippe Pondé

    Em um momento em que temas como IAs e inovação estão no centro do debate, um dos grandes desafios da educação é não permitir que eles sejam exaltados. Assim Luiz Felipe Pondé, filósofo e ensaísta, trouxe à tona questões fundamentais em sua palestra intitulada “Memórias, Narrativas e Horizontes: Cultura e Identidade na Era das Inteligências Artificiais”.  No segundo dia do CIIE 2024, Pondé, com seu estilo característico de provocar reflexões profundas, reconheceu a importância da IA, mas ressaltou que os educadores precisam equilibrar sua adoção, evitando que a tecnologia se torne o “supremo objeto de desejo”.

    Ao longo da palestra, Luiz  Pondé abordou temas como ansiedade contemporânea, controle social, a relação da humanidade com a memória e a modernidade, além dos desafios trazidos pelas tecnologias emergentes, como a inteligência artificial (IA).

    Pondé discutiu o fenômeno da ansiedade no mundo contemporâneo, destacando que este é um dos principais dilemas da atualidade. Segundo ele, “o mecanismo de controle social, que visa aumentar o controle sobre nossas vidas — seja sobre o que vemos nas redes sociais ou o que nossos filhos consomem no Instagram — é, paradoxalmente, uma das causas desse mal-estar crescente”. Para Pondé, a característica humana de tentar controlar tudo ao seu redor, inclusive o entretenimento, está no cerne do problema. “Quando pensamos no horizonte, precisamos entender que controlar o que está ao nosso redor não resolverá o problema da ansiedade; quem propõe uma fórmula simples para lidar com isso está nos enrolando”, destacou.

    Ao falar sobre a memória, Pondé enfatizou a relação entre a experiência moderna e a desvalorização do passado. “A memória é fruto de processos materiais e está alocada em arquiteturas antigas, mas a modernidade tende a desqualificar o que é antigo, em uma busca incessante por inovação”, afirmou. Essa necessidade de “inventar o novo” cria um impacto profundo nas pessoas, especialmente nas mais velhas, e contribui para o que ele chamou de “etarismo” — a perda de valor das pessoas à medida que envelhecem.

    A congressista Yolanda Pimentel, que atua no município de Gravatá, assistiu a palestra e registrou atentamente a mensagem passada por Pondé, compreendendo que é preciso haver integração entre o professor e as novas IAs. “A tecnologia é importante, mas não pode ser o eixo principal da educação. Precisamos equilibrar o avanço tecnológico com o cuidado emocional, e trabalharmos juntos, uma vez que estão em constante mudança e, como professores, nosso papel é nos prepararmos para entender atuar de forma mais consciente diante dessa realidade”, enfatizou.

    Com sua fala, Luiz Felipe Pondé ofereceu ao público uma visão crítica e instigante sobre os dilemas da modernidade, da educação e da tecnologia, enfatizando a importância de revisitar o passado para compreender o presente e, assim, projetar um futuro mais equilibrado.

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