Palestra de Anna Beatriz Waehneldt reforça que o futuro exige conhecimentos e habilidades relacionais
É preciso entender o contexto para poder falar no futuro da educação profissional e a educação profissional do futuro. Por isso, a palestra de Anna Beatriz Waehneldt, diretora de educação profissional do Senac/DN começou com informações para expor o cenário em que a educação profissional está inserida. Tendências globais, profissões do futuro, habilidades em alta, tecnologias em uso foram alguns temas apresentados pela palestrante no último dia do XIX Congresso Internacional de Tecnologia na Educação (CITE) em Caruaru.
E ao falar de futuro, Anna Beatriz Waehneld falou sobre tecnologia e relações. Para isso, citou os novos estudos sobre profissões impactadas pela inteligência artificial. Não são só as profissões de baixa complexidade de competência, mas também as de alta competência serão afetadas. “Então, aquelas ocupações totalmente intelectualizadas, que exigem competência do nível intelectual e de uma formação de nível superior serão impactadas fortemente”, sinalizou ao exemplificar a greve dos roteiristas em Hollywood, visto que a inteligência artificial já faz roteiros.
E nessa perspectiva vão continuar as profissões que têm relação entre cérebro, coração e mãos, ou seja, profissões que tenham conhecimento aplicado nas relações. Por isso, as habilidades em alta são aquelas que vão exigir que o trabalhador seja mais autônomo, criativo e crítico diante do cenário e que tenha afeto. O uso da tecnologia também é fundamental, mas de forma que não prejudique a saúde mental. “Questões relacionadas à depressão, a outros sintomas de saúde mental precisam estar na pauta das ações de instituições de educação atualmente”, ponderou.
Diante desses desafios e peculiaridades geracionais, é preciso uma educação mais personalizada, híbrida, imersiva e contínua ao longo da vida. Que prepare o profissional para postos de trabalhos mais reduzidos e divididos entre empreendedores e automação. “A gente precisa formar profissionais do futuro, preparados para os desafios das transformações tecnológicas de um mundo em contante mudança, oferecendo uma educação profissional baseada em dados que permitam uma melhor tomada de decisão”, resumiu.
Transformação – A educação profissional, historicamente, já passou por outras mudanças. “O Senac é testemunha do processo de criação, desenvolvimento e ampliação da educação profissional. Ele testemunhou e atuou ativamente nessa transformação”, explicou a diretora de educação profissional do Senac/DN. A instituição nasceu na década de 40 para colaborar num processo de industrialização e trabalhava com jovens de 14 a 18 anos. A partir da década de 90, a educação profissional se transformou no Brasil e o Senac colaborou para essa mudança na legislação. “O Senac passou de uma instituição de aprendizagem para uma instituição que trabalha todo o itinerário formativo da educação profissional”, lembrou Anna Beatriz Waehneldt ao destacar que hoje há cursos de qualificação profissional até a pós-graduação. .