Cultura e educação: a chave para a transformação social

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    Cultura e educação: a chave para a transformação social

    A palestra “Educação Periférica e Transformação Social”, ministrada por Maria Geralda de Miranda no último dia do XX Congresso Internacional de Inovação na Educação, destacou a importância de incluir os alunos das periferias em experiências culturais que muitas vezes estão distantes de sua realidade cotidiana. Baseada na teoria do capital cultural do sociólogo francês Pierre Bourdieu, Maria Geralda apresentou dois projetos realizados nas comunidades da Maré e do Alemão, no Rio de Janeiro.

    Os projetos, desenvolvidos no contraturno escolar, proporcionaram aos estudantes visitas a museus, monumentos históricos e exposições de obras de arte, promovendo o contato com experiências que muitos deles jamais teriam acesso. “O aluno da periferia não conhece obra de arte, não conhece os monumentos históricos da cidade, não conhece colunas monumentais que precisam de cálculo matemático, pois o barraco onde ele mora é erguido ali pelas próprias pessoas da comunidade”, afirmou Maria Geralda.

    Segundo ela, os projetos ajudaram a aproximar os estudantes de conteúdos presentes nos livros escolares e a aumentar o interesse pela aprendizagem. O impacto foi visível: houve uma melhora significativa nas notas, na relação dos estudantes com os livros, com suas famílias e, principalmente, no aumento de sua autoestima. “Daí se conclui que a escola, para ser inclusiva de verdade, tem que proporcionar aos alunos da periferia vivenciar aquilo que é valorizado pelo livro e pela escola”, frisou.

    Para Maria Geralda, a verdadeira inovação na educação está em proporcionar inclusão social e cultural, não apenas no uso de novas tecnologias. “Esse Congresso, ao trazer o tema periferia, já é inovador”, elogiou a palestrante, que é coordenadora do programa de mestrado em Desenvolvimento e Periferias na Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro.

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