“A gente tem que buscar, além da inovação tecnológica, entender mais sobre os direitos de aprendizagem do aluno e do professor também, com uma qualificação contínua, para dar o seu melhor e garantir a alfabetização no tempo certo. Tornei-me uma professora rebelde com causa”, declarou Ana Lúcia Lima, professora da rede pública do Recife, após a palestra de Cesar Callegari durante o XX Congresso Internacional de Inovação na Educação do Senac.
A palestra, intitulada “Direitos de Aprendizagem e Visão de Futuro: Os Desafios de Formar Rebeldes com Causa”, trouxe à tona temas centrais para a educação brasileira. Callegari, uma das principais vozes em defesa dos direitos educacionais, abordou a necessidade urgente de transformar o sistema educacional, enfatizando que “educação não é mercadoria” e que a sociedade deve se mobilizar para garantir um ensino de qualidade e equidade.
Durante sua apresentação, Callegari frisou que, apesar de pequenos avanços, o sistema educacional no Brasil ainda é precário, o que, segundo ele, é parte de um projeto de controle das elites para manter seus privilégios. “Não podemos aceitar que a educação é péssima, precisamos avançar muito”, afirmou. Ele argumentou que a precarização do ensino não é acidental, mas uma estratégia que impede o desenvolvimento pleno do país.
Um dos momentos mais marcantes da palestra foi quando Callegari abordou o conceito de “rebeldes com causa”. Para ele, tanto professores quanto alunos precisam adotar uma postura de resistência e luta por direitos através da educação, visando uma sociedade mais justa e inclusiva. O palestrante também destacou que a desorganização entre os mais de dois milhões de profissionais de educação no Brasil enfraquece a categoria. “Se não nos dividíssemos tanto, ninguém poderia com os professores”, enfatizou, incentivando a união da classe.
Na mensagem final, Callegari foi direto: é preciso valorizar a carreira docente, respeitar os profissionais da educação e garantir a qualidade do ensino, assegurando que nenhuma criança seja deixada para trás. Ele convocou os educadores a se tornarem agentes de transformação, promovendo a democracia e uma sociedade mais justa por meio da educação de qualidade.
A professora Ana Lúcia, como muitos outros presentes, saiu inspirada pela palestra e refletiu sobre a importância do movimento por uma educação melhor. Seu comentário de que se tornou uma “professora rebelde com causa” resume o espírito de mobilização que a palestra buscou despertar nos educadores do país.
