Bate-papo discute o olhar feminino no fotojornalismo e os desafios da profissão

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    Evento debate olhar feminono no fotojornalismo

    Bate-papo discute o olhar feminino no fotojornalismo e os desafios da profissão

    “Um olhar feminino no Fotojornalismo”, esse foi o tema da palestra que aconteceu no dia 30 de novembro, no auditório da Faculdade Senac. O encontro contou com participação da fotógrafa Yaci Ribeiro e a repórter cinematográfica, fotojornalista e diretora de imagem, Luisi Marques. Ex-alunas do curso de Fotógrafo do Senac, elas abordaram um pouco sobre suas trajetórias profissionais e os desafios de ser mulher em funções consideradas masculinas.

    Luisi teve seu primeiro contato profissional com imagem em 2009, no programa dominical “Sopa de Auditório”, transmitido pela TVU, ao vivo. Como repórter cinematográfica, ela diz que passou a atuar nas ruas, com equipes de externa, ao vivo, com matérias gravadas, em transmissões de Carnaval, entre outros. Passou pela equipe do Jornal do Commércio (JC Imagem), unindo vídeo e fotografia, diretora de corte, na programação da TV Jornal, e no Marketing, na equipe de produção do JC 360. Hoje, ela é da equipe de repórteres cinematográficos da Rede Globo Pernambuco. Yacy Ribeiro, jornalista, formada pelo curso de Fotógrafo do Senac, em 2008, também atuou no JC imagem como repórter fotográfica. Hoje, trabalha como freelancer para agências de imagem.

    Emocionadas e com muito orgulho, as palestrantes falaram sobre fotos que lhe deram destaque na profissão. Ainda como estudante, uma foto de Yaci foi capa do JC e levou o 26º Prêmio Cristina Tavares de jornalismo, na categoria Fotojornalista Estudante, pelo sensível trabalho com a foto sobre o “Caso Miguel”. A imagem mostra o registro fotográfico da mãe Mirtes Renata, segurando a fotografia do menino Miguel Otávio Santana, de cinco anos, que morreu após cair do 9º andar de um prédio no Recife. Já Luisi, contou como fez a foto que também virou capa do Jornal do Commercio, sobre a tragédia que ocorreu em Camaragibe, com deslizamento de barreira provocado pela chuva, em junho de 2019. Na imagem, o momento do resgate de Larrisa, sobrevivente salva por um bombeiro.  

    Durante sua explanação, Luisi fez questão de destacar a importância do Senac em sua formação. “Eu sou ‘cria’ do Senac. Toda minha vida profissional foi desenvolvida a partir dos cursos que fiz: Operação de Câmera, que não existe mais, o Técnico em Rádio e Tv, e o de Fotógrafo. Foi com esse aprendizado que eu consegui meu primeiro emprego, estágio e pude galgar esse histórico profissional. É muito bom trabalhar com o que a gente ama”.

    As palestrantes destacaram os desafios que enfrentam por serem mulheres em um universo majoritariamente masculino e comentam que sofrem preconceito e assédio. Apesar disso, estimulam quem pretende entrar na profissão. “Independente do machismo que ainda existe nesta profissão, é preciso investir naquilo que a gente gosta. O mercado precisa muito desse olhar feminino”, pontua Luisi. Yaci completa que não é fácil estar nesse contexto, de maioria masculina. “É preciso resistir todos os dias. É difícil, mas também muito gratificante. A base que eu construí na minha profissão foi no curso de Fotógrafo do Senac, e eu levo até hoje. Recomendo a quem deseja ingressar no mercado de trabalho”,

    Organizador do evento, o instrutor de Fotografia, Elvio Luiz, diz que é preciso quebrar paradigmas e tabus sobre a profissão. “É necessário buscar o espaço que é merecedor de todas as mulheres. O mérito da competência não deve ser medido pelo gênero, nem pela identidade de ninguém, mas sim, pelo dom, talento e competência. Com eventos desse tipo, o Senac quer mostrar novos caminhos que os alunos estão trilhando. Esse é o primeiro de muitos. Queremos trazer outras vozes femininas para discutir a profissão”.

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