O que para muitas pessoas é considerado lixo virou arte nas mãos dos alunos do Programa de Aprendizagem do Senac na oficina criativa Lixo que Vira Arte, realizada nos dias 13 e 14 de junho, com a artista plástica e artesã autodidata, descendente de indígenas, Ziza Pantoja. Durante a oficina, que integrou a programação da IX Semana do Meio Ambiente Senac, oitenta estudantes colocaram a mão na massa e abusaram da criatividade. Eles utilizaram resíduos como lacres de latas, botões, fitas, discos de vinil, entre outros materiais que não teriam mais utilidade e fizeram mandalas e quadros, com temática livre.
A oficina foi dividida em três etapas: apresentação da artista e do seu trabalho; depois, os participantes colocaram as ideias em prática; em seguida, finalizaram as obras e apresentaram o “conceito” abordado. Mas a preparação de Ziza começa aos menos 10 dias antes, com a organização do material. Ela recebe os resíduos de pontos de coletas de residências e empresas e faz a separação e triagem.
A artesã surpreendeu-se com o potencial do grupo. “Fiquei surpresa com os trabalhos inovadores, de uma criatividade sem igual”, confessou Ziza, que mantem uma relação afetiva com o Senac. “Tenho um prazer em fazer isso aqui. Sou apaixonada pelo Senac desde 1984, quando morava em Belém. Já fiz cursos de Marketing, correspondente comercial, estoquista, tudo para me aperfeiçoar”, contou.
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Equipe Senac com Ziza Pantoja
Para Ziza Pantoja, que tem envolvimento com as artes plásticas desde os 16 anos e detém mais de 40 anos de experiência em trabalhos direcionados para a sustentabilidade, plantar no jovem a ideia de preservar o meio ambiente através da arte é fundamental para o futuro e a oficina pode refletir no dia a dia. “É importante para os adolescentes porque, além de poder virar uma terapia, pode fazer com que eles sejam profissionais sustentáveis, com outra visão”, pontuou.
Entre os alunos, a semente da sustentabilidade foi plantada. Cássia Agathangela, de 16 anos, ficou contente com a nova experiência. “Foi a primeira vez que fiz algo assim. Na minha casa a gente sempre separou os reciclados para ajudar uma pessoa que recolhia e fazer isso (oficina) foi muito legal”, disse.
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Cássia Agathangela foi uma das participantes
Alice Assis, de 18 anos, também aprovou a iniciativa: “achei interessante, é uma ação do bem, dá até para fazer em casa e ganhar dinheiro com isso”.
A possibilidade de ter uma nova fonte de renda através da arte foi um dos pontos destacados pelo aluno mais novo da turma, Pedro Lucas, de 14 anos. “A gente aprendeu a fazer arte com essas coisas que muita gente joga fora. Tudo pode virar arte e podemos vender”, afirmou.
“Muitas pessoas pensam que não têm criatividade, mas quando começamos e pegamos as coisas, vemos que temos. É bom porque trabalha a mente e a criatividade”, disse Thiago Paixão, de 18 anos.