Afirmação é do professor Sergio Abranches, um dos palestrantes do último dia do CITE

Educação, Sociedade e Tecnologia foi o tema da palestra de Sérgio Abranches último dia do CITE. Com licenciatura em Filosofia, mestrado em Sociologia e doutorado em Educação, ele fez uma provocação sobre a atuação do professor que não está em sala de aula para dar informação ao aluno, porque a internet está aí para ele buscar. “Temos que nos deslocar desse campo da informação. Eu tenho que ajudar o meu aluno a saber o que fazer com a informação”, explicou o professor. Segundo ele, os empresários querem um funcionário que entenda a lógica do trabalho.

Sergio Abranches apontou como preocupação dele a efemeridade das relações sociais provocada pela tecnologia. “Com essas atuais tecnologias a gente mudou a nossa compreensão de tempo. Hoje o que vale é o instantâneo. Não tem uma coisa de longo prazo. E isso se reflete nas relações sociais, que hoje são efêmeras, passageiras, líquidas”, disse o professor ao afirmar que essa é uma questão séria a enfrentar porque é uma mudança da lógica do campo educacional que tradicionalmente foi pensado a longo prazo.

E nesse contexto, ele trouxe a queda na procura pelo ensino superior e o aumento por cursos técnicos e tecnológicos, mais curtos, mais próximo da dimensão do trabalho, com mais prática. Então, para ele é um motivo de preocupação porque “a tecnologia está começando a interferir claramente nas relações sociais e interpessoais porque a dimensão do tempo é outra”, afirmou o professor.