A importância de educadores antirracistas para abrir portas para a diversidade O tema foi debatido na palestra que encerrou o segundo dia do CITE em Caruaru.
Como ser um Educador Antirracista foi o tema da palestra de encerramento do segundo dia do XIX Congresso Internacional de Tecnologia na Educação (CITE). A palestrante Bárbara Carine contextualizou o significado de raça, racismo e antirracismo. Citando pesquisas, falou sobre a estratificação social baseada na raça, mostrou como a ciência colaborou com a visão de que o negro é uma pessoa menos capaz. E sem o intelectual, resta o corpo para ser usado como força de trabalho e sexualização. “Por isso as pessoas negras são hiperssexualizadas. A gente é colocado no lugar corpóreo”, explicou.
A escola também foi citada pela palestrante como ambiente que reforça a condição de inferioridade dos negros ao trazê-los como escravos enquanto brancos eram príncipes e reis. Reinados e impérios africanos não são abordados na escola. Até hoje é difícil ver negros em algumas profissões. “Eu não tinha como me ver médica aos 15 anos porque conheci uma médica negra aos 29 anos. Quem não se vê não pensa em estar no lugar”, destacou.
Bárbara Carine reforçou que professores brancos precisam assumir essa luta antirracista porque eles atuam em espaços que muitas vezes as pessoas negras não estão. “Porque a pessoa branca tá na ponta e ela tem capacidade de decisão que a gente não tem. Então, é aí que a gente vai ver o antirracismo das pessoas oportunizando, abrindo portas para que pessoas diversas entrem e construam”, afirmou Bárbara.