Perfil profissional e mercado de trabalho. Este foi o tema do Talk Show que aconteceu na tarde desta quinta-feira (31), no Dia de Moda Senac, em Caruaru, que reuniu o consultor em Moda e Beleza do Núcleo Nordeste do Senac, Eduardo Motta; o instrutor do curso de Moda do Senac Caruaru, Luiz Clério; e Karina Fernandes, professora do curso Design de Moda da Faculdade Senac Pernambuco.
Mediados por Ana Cione, consultora de moda e egressa do curso de Moda do Senac Caruaru, o debate abordou diversos assuntos que envolveram formação e perfil profissional, networking, indústria e mercado de moda, entre outros. Luiz Clério, que passou por várias empresas no segmento de moda, nacionais e locais, enfatizou a necessidade de se buscar conhecimento contínuo e prática, mesmo que seja de forma gratuita, sem remuneração. “O que importa é fazer contatos, relacionamentos, conhecer pessoas. Ainda que não seja a vaga ideal, é isso que vai abrir caminhos. A sua carreira quem constrói é você. Tem que começar de pequeno e criar espaços dentro das empresas”.
Assim como Luiz, Karina também assinala a importância de construir o portfólio e começar de baixo. “Procure uma loja de alguém conhecido, um amigo, ou mesmo um desconhecido e peça para fazer a vitrine dele, por exemplo, sem nada em troca, fotografe e mostre seu trabalho para outras pessoas e lojas. Com certeza as oportunidades irão aparecer”.
E Eduardo Motta completa a fala de Karina e comenta que construir repertório é um processo mental. “É necessário ter a capacidade de articular coisas diferentes. Um evento no formato como o dia de Moda é bem interessante, pois há troca de ideias entre outros profissionais. A tendência é que que sejam cada vez mais assim”.
Como professor, Luiz ressalta que tem que haver inquietação, não se deixar estagnar. “Para ser um profissional bacana é preciso ser um eterno inquieto. Por isso, frequente lugares diferentes, construa repertório e referencial”. Ele aponta, inclusive, que o perfil de mercado mudou. “Antes havia o profissional criativo, sozinho, individualista, que esperava o insight para criar. Isso não existe mais. Atualmente, a tendência, que é muito mais interessante para o sucesso das marcas é o profissional com perfil colaborativo, aquele que cria em equipe, não pensa sozinho. Isso enriquece o processo de criação”, pontua.
Por fim, Karina Fernandes enfatiza que para ser um bom profissional de moda é preciso entender de todo o processo, não somente o criativo. O aluno deve entender de orçamento e financeiro também, afinal, um dia ele vai montar seu negócio, seu evento, sua exposição e precisará ter noção disso também. “Não adianta o aluno achar que fazer moda é só criatividade. É preciso ter uma visão ampla de mercado”, observa.