O consultor de Moda e Beleza Eduardo Motta fez um lançamento, hoje (31/10), no Dia de Moda Senac, dos seus livros Alfaiatarias: Radiografia de um ofício incomparável e Meu Coração Coroado – Mestre Espedito Seleiro. No Centro de Convenções de Caruaru, Eduardo falou sobre o processo de criação das publicações, num bate-papo descontraído com os participantes.
Para Eduardo, a alfaiataria é um artesanato muito bem-sucedido e sofisticado, que se urbanizou. E, no título do seu livro, ele usou a palavra radiografia porque queria dissecar a técnica como se pudéssemos ver por dentro dela. Na obra, ele faz um relato da evolução da arte ao longo dos anos e de sua contribuição para a moda. “De acordo com a historiadora Ana Holanda, a Alfaiataria contribuiu imensamente para a evolução do vestiário feminino, pois os alfaiates também faziam roupas para mulheres”, contou.
Em Meu Coração Coroado, Eduardo mostra a obra do mestre cearense que transpôs seu ofício de fabricar selas e vestes de vaqueiros para o universo fashion, sendo procurado por diversas marcas nacionais e internacionais. Espedito vem de uma família de seleiros, tanto é que incorporou a profissão ao nome, e era muito reconhecido. “Ter uma sela dele era quase como dirigir um Audi”, brincou. Com a transição para o mundo da moda, Seleiro utilizou-se da técnica que já dominava para criar uma identidade única. “Ele já não era mais escravo de uma herança cultural. Ele se apropria dela e dá um novo passo. Aí ele ganha status de criador”, analisa.
Ao ser interpelado sobre a identificação que os nordestinos têm com as peças de Seleiro, Eduardo revela que este sentimento é universal. “O curioso sobre a obra de Espedito é que todo mundo se sente meio dono dela. É impressionante a empatia que todos têm quando a vêem, seja no Nordeste, na Europa…”, diz ele, informando que o livro está sendo lançado também no exterior.