Em um mundo pasteurizado, mas que já sinaliza uma valorização das diferenças, que sentido faz ensinar tudo a todos como se fossem um só e cobrá-los da mesma maneira? A problemática foi o ponto de partida para a educadora carioca Thereza Penna Firme, que protagonizou na tarde desta sexta-feira (21) uma das palestras mais aplaudidas da VXI edição do Congresso Internacional de Tecnologia na Educação. Sob o tema “A Teoria das Múltiplas Inteligências e sua Aplicação na Prática”, a mestra em Psicologia Educacional recomendou a exaltação às potencialidades individuais dos alunos como caminho a ser seguido pelos professores.
A partir dos modelos de inteligência subdivididos pelo educador e psicólogo norte-americano Howard Gardner, a palestrante diagnosticou que, atualmente nas escolas, as crianças estão com talentos reprimidos. “Somos diferentes! Não podemos forçar para que elas [as crianças] tenham todas as qualidades. Se seguirmos assim, as habilidades que elas desenvolvem com naturalidade hoje não serão levadas adiante”, advertiu.
Para Thereza, o caminho do êxito educacional passa por descobrir o ponto forte de cada aluno e exaltá-lo. “O ser humano precisa ter a oportunidade para que sua inteligência, sua principal habilidade seja reconhecida e trabalhada. A ideia de ser bom em tudo está ultrapassada. Todos nós podemos ser notáveis naquilo que temos de mais forte”, expôs a educadora, antes de elencar e explicar as oito potencialidades definidas por Gardner.
Confira resumidamente:
Inteligência lógico-matemática – aptidão para cálculos, raciocínio lógico, engenharia, resolução de problemas de forma prática;
Inteligência linguístico-verbal – vocação para oratória, produção textual, atuações em campos linguísticos;
Inteligência espacial – se apresenta em profissionais como arquitetos, designers, navegadores, pilotos e motoristas;
Inteligência musical – pessoas com inclinação para música para além da audição;
Inteligência cinestésica-corporal – atletas, bailarinos, profissionais que têm consciência do poder do gesto do corpo;
Inteligência interpessoal – habilidade em ajudar pessoas, sabendo reconhecer a necessidade do outro, como voluntários e psicólogos;
Inteligência intrapessoal – vocação para reflexão interna a fim de propor soluções, a exemplo de filósofos e psiquiatras;
Inteligência naturalística – saber lidar com questões da natureza no âmbito de fauna, flora e biodiversidades.